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IT GIRLS ATEMPORAIS – CHER

Poucas artistas são capazes de manter a audiência fascinada por todas as diferentes áreas em que atuam. Cher encanta à todos com seu carisma e talento como cantora, apresentadora de TV, e atriz vencedora do Oscar. Mas o verdadeiro legado da artista é seu estilo autêntico, repleto de calças boca de sino, barriga de fora, make de olhos marcante, sombras coloridas, e muito, mas muito paetê em seus famosos figurinos feitos sob medida pelo fashion designer Bob Mackie. Cher revolucionou o mundo da moda e por isso é a It Girl Atemporal dessa semana.

Em uma carreira que já acumula 6 décadas, seria quase impossível abranger todo o fashionismo que Cher (nascida Cherilyn Sarkisian) entregou como presente para o mundo da moda. Com incríveis figurinos usados por suas personagens no cinema (Moonstruck, Mermaids, Witches of Westwick, Mamma Mia, Burlesque, Silkwood, etc), podemos dizer que os mais marcantes foram os vestidos e conjuntos excêntricos e glamurosos, desenhados pelo renomado fashion designer Bob Mackie (sim, o mesmo que criou o vestido icônico que Marylin Monroe usou ao cantar Happy Birthday to You ao presidente da época John F. Kennedy), que Cher exibia em seus tempos como apresentadora de TV. A It Girl foi host de programas de comédia, variedades e música durante toda a década de 70, com programas como The Sonny & Cher Comedy Hour (1971-1974), The Cher Show (1975-1976) e The Sonny & Cher Show (1976-1977). Podemos dizer então que o final da década de 60 e toda a década seguinte foram os anos mais icônicos do estilo pioneiro de Cher, já que foi o período de ascensão da artista. E sua entrada em Hollywood chegou trazendo brilho, moda Flower Child, casacos de pele, delineado marcante, botas de cano alto, vestidos translúcidos, paetês, plumas, coletes de franja, calças boca de sino, pedraria, cowboy hats, blazers, estampas psicodélicas, esmaltes de cores vibrantes, e roupas com elementos nativoamericanos como penas, pele animal, cristais e amuletos místicos. E por esses (muitos) maravilhosos motivos, o It Girl Atemporais de hoje vai focar nesse período fashion de Cher.

Entre os anos de 1964-1975 Cher foi casada com o também músico e apresentador de TV Sonny Bono (1935-1998), com quem ela não só dividia um filho, mas também dividia o palco. O casal apresentou dois programas televisivos de sucesso juntos, e possuíam uma carreira musical como a dupla pop Sonny & Cher, gravando mais de 15 álbuns de estúdio durante esse período (todos com capas icônicas, devemos dizer). É importante ressaltar o relacionamento dos dois porque Cher atingiu sua fama junto com o marido, e sempre que a It Girl queria experimentar com os mais únicos e ousados looks no palco, Sonny abraçava suas ideias e vestiase de acordo. A dupla serviu muitos looks de casal, perfeitamente combinados em cores, tecidos e ousadia.

Confira algumas das icônicas capas dos álbuns de Sonny & Cher, cheias de ilustrações psicodélicas, cores vibrantes, e incríveis fotografias do casal combinando outfits, Sonny vestindo looks Hippie muito modernos e ousados pra época, e Cher com uma make de dar inveja em qualquer personagem de Euphoria. Como o próprio título do disco de 1973 da dupla diz ” […] Mama Was a Rock’n’Roll Singer and Papa Used to Write All Her Songs“. Um verdadeiro Power Couple.

E como citamos acima, um dos maiores responsáveis pelos figurinos de Cher em seus programas era o estilista Bob Mackie, que ela conheceu alguns anos antes de sua estreia como apresentadora de TV, quando os dois se esbarraram no backstage do programa The Carol Burnett Show (Mackie fazia os fabulosos figurinos de Carol Burnett na época). A dupla tornou-se inseparável a partir de 1967, e Mackie vestia Cher não apenas durante o trabalho da artista, mas também para Red Carpets, eventos, e claro, foi ele o responsável por alguns dos looks mais icônicos que Cher exibiu em premiações. As peças que Mackie desenhava especialmente para Cher usar em eventos são copiadas e homenageadas até hoje por diversas celebridades e artistas. Os mais famosos looks, talvez, sejam o vestido translúcido coberto de cristais e plumas que Cher exibiu durante o MET Gala de 1974 cujo tema era Romantic and Glamourous Design, e o conjunto amarelo também coberto de pedraria (e exibindo uma ousada barriga de fora) no Red Carpet do Oscar em 1973. Outra imagem da musa vestindo um original Bob Mackie que está grudada em nossas mentes é a de Cher cantando a música “When Will I Be Loved” ao vivo em seu programa solo The Cher Show, em 1975.

E os muito conhecidos figurinos de Cher em seus dias de apresentadora, também produzidos em parceria com Bob Mackie, ficavam mais excêntricos e luxuosos a cada episódio. A vestimenta era a parte mais aguardada dos programas, e Cher já chegou a exibir até 20 figurinos diferentes em um único episódio. Outra característica marcante desse período fashion da atriz, e que hoje é lembrada como sua marca registrada, era o seu longo cabelo preto, quase sempre estritamente liso, sem nenhum fio fora do lugar. No inicio de seu sucesso, Cher ainda exibia uma longa franja que contrastava com o enorme cabelo, mas depois aderiu ao corte totalmente reto e simétrico. Suas unhas eram muito longas e coloridas, e Cher usava e abusava de tops justinhos, vestidos decotados, lápis de olho e blush rosa pink.

E quando flagrada por Paparazzi fora das suas office hours, Cher podia ser vista exibindo looks modernos para a época, como calças jeans, casacos de pele, cowboy hats, blazers coloridos, decote profundo, maxi sunglasses, chapéus de todos os tipos, botas, camisas, batas estampadas e sempre (sempre) um cigarro entre os dedos contrastando com a vibrante maquiagem, os anéis e relógios de ouro e prata, os colares e braceletes de pedraria e os cílios postiços.

Após o seu divórcio de Sonny Bono em 1975, Cher casou-se no mesmo ano com outro músico famoso, o cantor, compositor, guitarrista e cofundador da The Allman Brothers Band, Gregg Allman (1947-2017). O casal disse ‘sim’ um para o outro apenas 4 dias depois de Cher e Sonny assinarem os papéis de divórcio, com a cantora e o rockstar pulando rapidamente em um jatinho particular rumo a Las Vegas (Nevada). Infelizmente, o casamento da improvável dupla foi curto e turbulento, majoritariamente por conta do vício em álcool e heroína do rockstar. O casal ficou junto de 1975 até 1979, porém Cher chegou a assinar a separação do músico apenas 9 dias após a cerimônia de casamento. O casal se reconciliou no mês seguinte e manteve o casamento, além de, em 1976, darem boas vindas ao único filho do casal (e segundo filho de Cher). O casal entregou, mesmo que em um curto período de tempo, looks icônicos em Red Carpets, eventos, Night Clubs, photoshoots românticos e claro, nos palcos de shows, afinal, estamos falando da junção de uma estrela do pop com um rockstar.

E além dos looks e das infelizes polêmicas, o casal também se juntou em uma área que era a paixão de ambos, a música. A dupla batizada Allman and Woman lançou um álbum de estúdio em 1977, mas não fez o sucesso que eles esperavam. A essa altura, as turbulências no casamento dos dois já haviam aumentado graças a estreia do programa The Sonny & Cher Show, em que a cantora dividia o posto de apresentadora com o exmarido Sonny Bono. O episódio causou uma tentativa de divórcio por parte de Allman, que desistiu assim que soube que Cher estava grávida do primeiro filho do casal. Porém, após o divorcio em 1979, Cher expressou sua tristeza pelo fracasso do casamento com Gregg na música “My Song (Too Far Gone)”, em que ela canta, em uma performance ao vivo, que lamentava que seu ex-marido nunca fosse conhecer o filho. O momento foi registrado por ninguém mais ninguém menos do que Sonny Bono, que filmou o pequeno Ellijah Allman sorrindo atrás da mãe.

Nas décadas seguintes, Cher ascendeu na carreira de atriz, e além de estrelar em diversos blockbusters (citados acima) e ter feito aparições em séries de sucesso da TV, a atriz levou para casa da tão sonhada estatueta do Oscar na categoria Melhor Atriz em 1988 e as estatuetas do Globo de Ouro nos anos de 74, 84 e 88 nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Atriz de Comédia. Se não bastasse o sucesso de seus programas de variedades da década de 70 e o sucesso na carreira de atriz, Cher também tem como propriedade 1 estatueta do Grammy, recebida em 2000 na categoria Melhor Gravação Dance, e duas estatuetas da conceituada Billboard, que em 2002 a nomeou Melhor Artista Dance/Eletrônica e em 2017 a declarou Ícone.

A irreverência de Cher é parte fundamental de seu charme e apelo com o público e os amantes de moda. A It Girl carrega o título de ícone fashion justamente porque seu guardaroupas reflete sua arte, sua energia vibrante, e principalmente, sua autenticidade. Cher veste exatamente o que ela está afim de vestir naquele dado momento, e isso lhe dá o poder da autoconfiança, que é inspirador, quase contagiante. Não é à toa que a musa pop é hoje uma referência fashion constante de artistas contemporâneas como Zendaya, Dua Lipa e a sua maior fã Kim Kardashian.

E quando falamos da irreverência de Cher, também estamos vendo além de seu guardaroupas. A musa sempre foi uma feminista declarada, não teve receio de expor seus relacionamentos amorosos com atores e músicos famosos, não demonstrou medo em ousar em seus looks em uma época conservadora, e definitivamente não pensou duas vezes antes de expor sua visão de mundo em diversas entrevistas muito sinceras. A mais famosa pode-se dizer que é sua entrevista para a jornalista da NBC Jane Pauley em 1996, que deu a luz a icônica frase de Cher Mom, I am a Rich Man“. Confira um fabuloso trecho da conversa:

E Cher continua até os dias atuais vestindo-se de brilho, decotes, hot pants, bodysuits, jaquetas de couro, chapéus e make marcante. E achamos ela fará isso até o dia de sua morte, porque uma It Girl é uma fashionista até o fim. Muito obrigada pelo seu legado que só cresce a cada dia no mundo da moda, da música, do cinema e da arte, Cherilyn.

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IT GIRLS ATEMPORAIS – LINDSAY LOHAN

Dos conjuntos de veludo Juicy Couture e Gloss Labial aos Cigarros, Paetês e inúmeras aparições em Night Clubs. Das Birkin Bags da Hèrmes e dos Maxi Sunglasses protegendo seu rosto dos flashes dos Paparazzi ao Batom Vermelho Sangue, Cabelo Vampiresco e looks que parecem ter saído do closet de Marylin Monroe. Essa é a sua linha temporal fashion e biográfica da maior It Girl dos anos ’00s, Lindsay Lohan.

Ela pode ter nascido Lindsay Dee Lohan em meados dos anos 80, mas nós millennials acompanhamos de perto o nascimento de seu alter ego fashionista e rebelde, Lilo no inicio dos anos 2000. E a partir do momento que os ares de Hollywood inundaram os pulmões de Lindsay pela primeira vez, passamos por uma montanha russa fashion e emocional ao seu lado. Lilo foi e sempre será um dos rostos que mais estampou capas de revistas de moda no mundo todo. Deu à luz a muitas das tendências de moda da época, estampou capas de jornais e tabloides perversos que exploravam seu vício em drogas e álcool, criou sua própria marca de Calças Legging, e até mesmo fez parte de listas de looks ‘incríveis’ para uma réu em julgamento (como esquecer da nail art exibindo os escritos “Fuck U” que Lindsay usou no dia de sua condenação?). Sem contar seu protagonismo em filmes icônicos como Mean Girls (Meninas Malvadas), Freaky Friday (Sexta-Feira Muito Louca) e Confessions of a Teenage Drama Queen (Confissões de uma Adolescente em Crise), seus dois álbuns de estúdio lançados, e suas participações como host dos mais bem sucedidos programas televisivos da época, como o SNL (Saturday Night Live) e premiações da MTV. (Sim, Lilo foi uma glamurosa host do SNL muito antes da recente febre regada a Balenciaga de Kim Kardashian).

De pessoa mais flagrada por máquinas fotográficas no mundo à dona de uma ilha paradisíaca na Grécia. Dos fervorosos Night Clubs dos EUA para a reclusão total nos Emirados Árabes Unidos, onde o trabalho de Paparazzi é proibido por lei. Vamos entrar de cabeça e explorar todas as Fashion Eras de Lindsay Lohan.

A ERA ROLE MODEL

Lilo entrou para o time de modelos da Ford Models ainda criança quando posou para mais de 60 campanhas publicitárias e catálogos de moda e teve seu debut em revistas conceituadas como a Vogue e a ELLE Magazine. Mas Lindsay só alcançaria o estrelato como atriz em 1998, quando já era uma pré-adolescente. A produção The Parent Trap (Operação Cupido) deu à luz a uma estrela de cinema extremamente talentosa, que passou a estampar todos os pôsteres de filmes teen da época.

Durante essa Era, Lilo trabalhava exaustivamente como atriz e fazia inúmeras aparições em Red Carpets e eventos repletos de outras celebridades teen da época. Tanto Lindsay quanto qualquer outra It Girl teen em formação representavam o papel de garotas modelo, magras, sorridentes, com maquiagem leve e roupas que estavam em alta no momento. Lilo deveria representar um modelo a ser seguido por todas as jovens garotas norte-americanas.

Durante esse período, Lindsay usava seu cabelo naturalmente ruivo apenas mudando os tons, escondia ao máximo suas sardas no rosto (tarefa difícil), e servia muita moda Y2K com calças jeans de cintura baixa, coletes, gloss labial incolor, conjuntos de veludo Juicy Couture e vestidos românticos repletos de babados ou estampas florais.

Foi durante essa época, também, que Lilo passou a bronzear bastante a sua pele e, aos poucos, ousar mais nos looks de Red Carpets e eventos. Seu cabelo ruivo foi escurecendo de ‘Ginger‘ para ‘Red‘, e Lindsay estampava inúmeras capas de revistas, das teen às de high fashion.

E se o cabelo vermelho escuro já tornava-se o suficiente para incomodar a mídia e a população conservadora da época, Lindsay passou sofrer ainda vez mais com a sexualização da sua imagem quando trocou o ruivo pelo preto. Suas capas de revista se tornavam cada vez mais sensuais, seus looks em eventos seguiam caminhos chamativos e sua make ficava gradualmente mais dark.

E quanto mais dark ficava a aparência de Lindsay, mais segredos obscuros sobre sua vida pessoal e familiar viravam noticias de tabloides de fofoca (um costume péssimo mas que era muito consumido nos anos ’00s). Sua relação problemática com seus pais, sua vida amorosa, sua amizade com outras celebridades consideradas ‘fora de controle’ ou ‘rebeldes’ e o seu crescente gosto por baladas e festas eram motivo de sensacionalismo. Foi então que Lilo entrou na que seria sua próxima, e talvez mais lembrada, Era Fashion: A Era Party Girl.

A ERA PARTY GIRL

Durante alguns anos, Lindsay Lohan era o nome mais citado quando se falava tanto de moda quanto de escândalos em portas de baladas. Seu vício em drogas e álcool tornou-se de conhecimento público, suas amizades com outras celebridades femininas eram terminadas drasticamente por uma mídia sedenta por rivalidade feminina e sua ética de trabalho impecável se tornava, cada vez mais, um pecado total. Lindsay passou a ser demitida de projetos por chegar atrasada ou de ressaca constantemente, seu cabelo ia mudando de ruivo fogo para loiro platinado, que logo se transformava em madeixas pretas e num piscar de olhos voltava para o longo laranja avermelhado.

Apesar da turbulenta vida pessoal e profissional, quanto mais rebelde Lilo era considerada pela mídia, mais ela se tornava um Fashion Icon para os jovens daquela geração. Foi durante a Era Party Girl que Lindsay passou a usar e abusar de It Bags (bolsas de grife), casacos de pele, jaquetas de couro, mini shorts, batom nude, botas de cano alto, make de olhos carregada de tons escuros, e claro, vestidos de balada repletos de paetês. Lilo foi uma das pioneiras no uso frequente das famosas Birkin Bags da grife Hèrmes, desejadas por sua raridade e preços exorbitantes até hoje.

Seu cabelo estava sempre devidamente bagunçado, seu guarda-roupas estava mais colorido e ousado, e Lindsay era flagrada pelos flashes dos Paparazzi diariamente. Na maioria das fotos dessa era, Lilo ou está de ressaca carregando enormes copos de café do Starbucks e pacotes coloridos de cigarros, ou está saindo de Night Clubs acompanhada das mais icônicas celebridades do momento.

Lilo e sua Entourage de Party Girls, como Paris e Nicky Hilton, Britney Spears, Nicole Ritchie, Mischa Barton, Kim e Kourtney Kardashian, Ashlee Simpson, etc eram constantemente assediadas pelos fotógrafos e massacradas de forma cruel nos tabloides. Apesar das polêmicas e da recente fama de ‘Bad Girl‘, os jovens não conseguiam tirar os olhos de Lindsay, que estampava mais capas de revistas de moda do que nunca.

Entre idas e vindas de clínicas de reabilitação, baladas, e até mesmo prisões por dirigir sob efeito de álcool, entorpecentes e até por furtar joias, Lilo levava um lifestyle glamuroso. Além de estrelar diversos photoshoots e estampar constantemente revistas renomadas e billboards, Lindsay passou a morar em um dos mais famosos hotéis de Los Angeles (California, EUA), o lendário Chateau Marmont.

Lindsay morou por alguns meses numa suíte do Chateau Marmont, que além de cobrar muito caro por suas diárias, ainda oferece uma rara discrição em relação aos moradores e frequentadores, que geralmente, são justamente celebridades querendo se afastar dos holofotes ou fazer o que bem entenderem em completo sigilo. Porém, Lilo foi uma das poucas celebridades hospedadas no hotel que não recebeu o direito valioso da privacidade, já que ela nunca pagou as contas de suas diárias por lá, gerando uma dívida de mais de $50k que foi divulgada para a imprensa. Além de tudo, Lindsay se junta ao singelo clube dos artistas banidos para sempre do Chateau Marmont. Mas nada disso impediu que Lilo vivesse por meses rodeada do glamour do hotel, realizando até um épico photoshoot bem estilo Ressaca Chic todo fotografado em sua suíte no lendário hotel, mantendo aceso, assim, o fogo do reinado de Lindsay como a It Girl do momento.

Apesar dos problemas de saúde mental que a atormentavam, da uma hora e alguns minutos que passou na cadeia, da sentença de oito anos em liberdade condicional, de uma tornozeleira eletrônica que media o nível de álcool de seu corpo, de sua confissão à revista Vanity Fair de que era uma viciada em tratamento e que sofria de bulimia (transtorno alimentar grave), e de ser hospitalizada em mais de uma ocasião por exaustão, Lindsay Lohan não era liberada um dia sequer dos flashes das câmeras fotográficas, que amavam tanto vê-la como um ícone fasion como amavam ainda mais vê-la como uma estrela em decadência. Lilo foi uma das artistas que mais conheceu o lado perverso dos bastidores de Hollywood.

Lilo então tirou uma folga dos holofotes quando retornou, em uma das diversas vezes, ao centro de reabilitação. Em seu esperado comeback à Hollywood, Lindsay anunciou que estava em um relacionamento com a amiga e DJ Samantha Ronson, e apesar das críticas de uma mídia jornalística homofóbica, o casal era extremamente popular na cena noturna de Los Angeles (California, EUA), com a carreira de Ronson decolando, e o casal sendo convidado à festas, eventos e até primeiras fileiras de desfiles de moda. Lilo estava radiante, e entregando moda e tendências como nunca, apesar de não estar trabalhando mais como atriz ou cantora.

Mas se as fotos tiradas pelos incansáveis Paparazzi e os photoshoots para as mais relevantes revistas mostravam um glamour extremamente cativante para o público que a nomeou uma It Girl, o que realmente gerava buzz eram as fotos tiradas com as, hoje quase extintas, máquinas digitais de Lindsay e seus amigos. As fotos entregavam o que era considerado conceito, mas também geravam preocupação com a saúde de Lilo por parte dos fãs. E do lado oposto ao zelo dos amantes da It Girl, existia uma mídia louca para ter em mãos essas fotos para que pudessem ‘comprovar’ cada vez mais o tamanho da queda de Lindsay Lohan de seu trono no topo do Hollywood Sign.

O buzz que as fotos geravam toda vez que era vazadas nos primórdios da internet ou em algum blog de fofoca sensacionalista não eram só negativos. Desde os anos 1990’s, com o nascimento de estilos como o Grunge, o Heroin Chic e mais tarde nos anos 2010’s o Indie Sleaze, existia uma glamurização dos cabelos bagunçados e sujos, do abuso de drogas e álcool, e da magreza extrema. Tudo isso era constantemente acompanhado de looks fashionistas, maquiagens borradas pela ressaca da noite anterior e muitas, mas muitas, fotos exibindo cigarros, garrafas de bebida, e quartos de hotel destruídos. A queda da saúde física e mental de Lindsay era brutal, mas quase ninguém enxergava já que pareciam estar ocupados demais olhando para seus looks marcantes ou apontando seus dedos para as mais recentes polêmicas da atriz.

Essa era fashion de Lindsay também foi marcada por mini saias, vestidos de tubinho, maxi bolsas, e claro, o acessório controverso que sempre era flagrado em suas mãos, o cigarro. A banalização, ou pior, a romantização do Ressaca Fashion hoje é vista com maus olhos, e com razão. Mas chegou a hora de abordarmos outra era fashion de Lilo: A Era Vintage Romantic.

A ERA VINTAGE ROMANTIC

É claro que quando pensamos em Fashion Icons atemporais pensamos quase que instintivamente no nome Marylin Monroe. Mas para Lindsay Lohan, Marylin era mais do que apenas um ícone da moda, ela era sua maior inspiração. Assim começou uma era fashion marcada por muito batom vermelho, cabelos platinados, vestidos de poá, renda, cetim e looks monocromáticos em tons pasteis. E claro, marcada também por muita sensualidade. Outro Fashion Icon vintage que Lilo encarnou nessa era foi a fabulosa, Elizabeth Taylor (inclusive a interpretando no longa Liz & Dick, de 2012).

Essa era, apesar de extremamente marcante e muito elegante, não durou por muito tempo, já que Lindsay aproveitou de sua sobriedade, e do veredito do Tribunal que a condenou à oito anos em liberdade condicional por diversos crimes (além do período de serviço comunitário obrigatório) para focar em poucos projetos, todos low profile, antes de adentrar na sua próxima, e atual era.

A ERA WORKAHOLIC BITCH

Adentramos então a atual era fashion de Lindsay Lohan, a Era que nós do SXSD batizamos carinhosamente de Workaholic Bitch (mas Boss Bitch também cairia como uma luva). Após atingir a sobriedade e mudar-se para Dubai (Emirados Árabes Unidos) onde a profissão de Paparazzi é proibida por lei, Lilo passou a viver uma vida mais tranquila, sendo raramente flagrada em fotos, e quando era, estava à passeio pela Europa. E sua crescente conexão com o continente europeu foi o que levou Lindsay a entrar de cabeça no mundo do empreendedorismo.

Lilo passou a usar looks mais sóbrios, repletos de blazers, botas, sobretudos, e claro sem deixar de lado o seus acessórios favoritos: os maxi sunglasses. Lindsay servia essa nova era fashionista junto com seus novos empreendimentos: dois Beach Clubs na Grécia, além de um um reality show sobre sua rotina de empreendedora workaholic na MTV. O cabelo ruivo natural fez um comeback duradouro, e o closet da atriz voltou a ser recheado de grifes, roupas de alta costura, casacos de pele, chapéus, e até uma moderna e repaginada adesão aos paetês.

Nossa It Girl favorita está aos poucos retornando aos holofotes, sendo contratada para projetos de gigantes plataformas de streaming, voltando a pertencer às primeiras fileiras de renomados Fashion Shows, e sendo convidada para eventos hollywoodianos.

E a nossa Cover Girl também voltou a estampar as mais icônicas capas de revistas de moda, cultura e arte.

Para nós do SXSD, Lilo sempre será um dos maiores Fashion Icons que já existiu, e mesmo que não seja mais considerada uma It Girl para as gerações mais novas, ela será eterna na história da moda, pois já deixou, e ainda deixa, sua marca onde passa, sejam eventos, baladas, capas de revista, e até mesmo espelhos em suas fotos tiradas com celular (sim, também sentiremos falta da Lindsay com uma máquina digital ou um flip phone em mãos).

R.I.P câmeras digitais, flip phones e o clássico blackberry de Lindsay Lohan. Nós do SXSD sentiremos saudades desses acessórios nas mãos da atriz. Mas definitivamente preferimos vê-la em uma era estável, feliz e sóbria, mesmo que com um smartphone moderno em frente à um espelho.

Vida longa, saudável e fashionista à Lindsay Lohan. E vida longa à todas as It Girls Atemporais.

Lilo, seja bem-vinda à sua Era Instagirl.

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